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leite cálcio

Leite como fonte de cálcio: verdade ou mito

O leite é um ponto da discórdia entre quem defende e quem ataca o veganismo. Um argumento muito utilizado é o de que o ser humano é a única espécie animal a beber leite em idade adulta. Isto faz sentido?

A verdade é que o ser humano não precisa de leite. Se a preocupação é beber leite para obter cálcio, alimentos como feijões, folhas verdes escuras, amêndoas, sementes de chia, sementes de sésamo e figo secos são ricos neste nutriente.

Mas o leite é ou não uma fonte de cálcio importante, nomeadamente em idades mais avançadas e grupos de risco de osteoporose?

O leite não é uma boa fonte de cálcio pelo seguinte: Portugal, assim como os Estados Unidos e Alemanha são dos países em que mais se consome leite e seus derivados. Então era de se esperar que essas populações tivessem ossos fortes, certo? Infelizmente, a resposta é não. Um estudo realizado pelo Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia concluiu que esses países têm os índices mais altos de mulheres com 50 anos ou mais que sofrem fraturas nas ancas. Como é que se explica isso? Uma quantidade alta de fracturas de ancas é um dos indicadores mais precisos para detectar a osteoporose, uma doença que afeta principalmente mulheres na menopausa. Costuma-se dizer que a osteoporose desenvolve-se devido a um consumo inadequado de cálcio. Porém nos países em que mais se consomem leite e seus derivados as pessoas têm as taxas mais altas de osteoporose. Isso pode ser explicado pelo efeito que esses alimentos têm no corpo. Um pesquisa realizada pela Escola de Medicina da Yale mostrou que a proteína animal, diferente da proteína das plantas, aumenta a carga ácida no corpo. Isso significa que o sangue e os tecidos ficam mais ácidos. O corpo não gosta de um ambiente ácido e para neutralizar utiliza o cálcio. Este cálcio tem que vir de algum lugar e é retirado dos ossos, resultando em ossos fracos e aumentando o risco de fracturas. Quando a proteína animal aumenta a acidez metabólica e retira cálcio dos ossos, a quantidade de cálcio presente na urina é aumentada.

Outro indicador que os especialistas utilizam para detectar o risco de osteoporose são os níveis de densidade óssea. Então se uma pessoa tem baixa densidade óssea, ela pode estar em risco de vir a ter osteoporose. Entretanto, existem alguns detalhes contraditórios em relação a densidade óssea:

  1. Uma alta densidade óssea aumenta o risco de desenvolver osteoartrite
  2. Uma alta densidade óssea está relacionada com um risco mais alto de desenvolver cancro de mama
  3. Embora uma alta densidade óssea esteja ligada com um aumento no risco de desenvolver cancro de mama e uma diminuição no risco de desenvolver osteoporose, cancro de mama e osteoporose em agrupados nos mesmos países e até nas mesmas pessoas
  4. A taxa de perda da massa óssea é tão importante quanto a taxa de densidade óssea
  5. Em alguns países, nomeadamente em alguns países asiáticos, a taxa de densidade óssea é mais baixa do que nos países ocidentais, porém a taxa de fracturas ósseas também é mais baixa. Essa informação coloca em causa a definição do que é ter ossos fortes
  6. O excesso de peso está relacionado com uma maior densidade óssea, entretanto os países em que mais tem obesidade também tem as taxas mais altas de osteoporose

Podemos concluir que consumir proteína animal em excesso pode aumentar o risco de desenvolver osteoporose.

Para reduzir o risco de desenvolver osteoporose é recomendado fazer atividade física, reduzir o consumo de carne, leite e seus derivados. Como mencionado anteriormente, é possível obter cálcio de feijões, folhas verdes escura, algumas sementes e frutos secos. Reduzir o consumo de sal também é importante e evitar produtos processados que contém excessos de sódio. Existe evidência que sal em excesso pode ser prejudicial aos ossos.

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