Emagrecer na menopausa
Várias mulheres engordam quando entram na menopausa e percebem que tem uma enorme dificuldade em emagrecer.
Um exemplo que pode nos explicar por que isso acontece, é um estudo que foi realizado em 1970 pelo pesquisador George Wade. Este pesquisador estava a tentar encontrar uma relação entre os hormônios sexuais, apetite e a acumulação de gordura. No primeiro experimento, ele retirou os ovários de ratos do sexo feminino e observou que após a cirurgia os ratos ficaram com um apetite voraz e engordaram.
Num segundo experimento, ele retirou os ovários porém os ratos só podiam comer a mesma quantidade de comida que comiam antes da cirurgia. Atenção que não era uma dieta. Eles podiam comer a mesma quantidade que comiam antes e não mais. O resultado? Os ratos engordaram na mesma, só que desta vez estavam extremamente sedentários. Eles só se mexiam quando tinham que ir buscar comida. Isso aconteceu porque após a cirurgia o tecido de gordura destes animais foi programado para absorver a gordura da circulação, ou seja, tornou-se uma máquina de acumular gordura. Assim como as mulheres, os ratos do sexo feminino também produzem estrogênio e quando a produção é reduzida, como no caso da menopausa ou de uma histerectomia, a enzima LPL (que é uma enzima que trabalha para acumular gordura) fica mais ativa. Quando o pesquisador deu estrogênio para os ratos, o apetite voltou ao que era antes e os ratos voltaram ao seu peso normal. Isso porque quanto mais estrogênio temos, menos ativa fica a a LPL. Os homens também não se safam, uma vez que quanto mais velhos ficam, menos testosterona produzem e quando menos testosterona produzem, mais ativa fica a LPL.
Deste estudo podemos concluir que os ratos não engordaram porque comeram demais mas comeram demais porque estavam a engordar. Assim como a questão do sedentarismo. Os ratos não eram sedentários mas tornam-se sedentários porque estavam a engordar.
Não só o estrogênio pode interferir com a perda de peso mas vários outros hormônios, como a insulina, o cortisol, os hormônios da tireóide e etc. A genética também tem muito a ver com isso, uma vez que algumas mulheres conseguem fazer esta transição sem grandes problemas. Se você se encontra nesta situação é recomendado fazer análises do perfil hormonal para descobrir quais hormônios podem estar em desequilíbrio. Existem vários suplementos que podem ajudar ou uma outra alternativa é fazer um tratamento com hormônios bioidênticos. E claro, sem esquecer dos cuidados com a alimentação eliminando alimentos ricos em hidratos de carbono simples e controlar os níveis de stress.
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Bibliografia: Why we get fat. Gary Taubes.