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Fibras que melhoram os sintomas da síndrome do intestino irritável

Antes de entrar no tema das fibras vamos explicar de uma forma simples o que é a síndrome do intestino irritável. A síndrome é uma perturbação motora do tubo digestivo que origina vários sintomas gástricos, dos quais se podem destacar a dor e distensão abdominal, mal-estar, flatulência, alterações do trânsito digestivo, alterações da consistência das fezes, etc…. Geralmente muitos dos que sofrem deste síndrome têm o tecido muscular do intestino mais sensível e que pode reagir mais intensamente a estímulos como alimentação ou stress.

Por esse motivo, quem sofre da síndrome do intestino irritável tem de ter algum cuidado com a alimentação, como por exemplo os hidratos de carbono e as fibras.

As fibras não são todas iguais, podem ser classificadas em função da sua solubilidade, fermentabilidade e comprimento. Para quem sofre da síndrome do intestino irritável, a característica mais importante é a fermentabilidade.

Perceber como funciona a fermentação de cada tipo de fibra e a sua influência no sistema digestivo, é o ‘segredo’ para controlar os sintomas da síndrome.

Foram realizados estudos que descobriram que as fibras que são lentamente ou minimamente fermentadas (como psílio) são mais bem toleradas no sistema digestivo, do que aquelas que fermentam rapidamente (como farelo de trigo).

 

O que é fibra?

A fibra é uma substância que resiste ao processo de digestão e absorção no intestino delgado, e em que a sua fermentação completa ou parcial dá-se no intestino grosso. Alguns dos seus efeitos benéficos são facilmente reconhecidos por todos, tais como a facilitação na defecação, redução do colesterol no sangue e regulação dos níveis de glicose.

As fibras, no cólon, favorecem o aumento do número de bactérias (biomassa), e também o aumento do teor de água nas fezes, que reduz o tempo de trânsito colónico através do aumento da secreção de água e peristaltismo, aumentando a viscosidade das fezes. O efeito da viscosidade amolece as fezes duras na obstipação e dá firmeza às fezes líquidas na diarreia.

É recomendado que as mulheres consumam 25g de fibra por dia e os homens 30g. Podem ser consumidas através da alimentação (frutas, vegetais, pães e cereais) ou na forma de suplementos (psílio e metilcelulose).

Vejamos então a classificação das fibras em função da sua fermentabilidade:

  • Fibras solúveis e fermentadas rapidamente: amido resistente, inulina, pectina, goma de guar, dextrina de trigo e goma de guar parcialmente hidrolisada [PHGG].O amido resistente é um prebiótico, sendo fonte de combustível para bactérias benéficas no intestino grosso. Além disso, a sua fermentação produz ácidos graxos de cadeia curta que são benéficos para a saúde, pois reduzem o pH. Mas algumas das fibras que são fermentadas rapidamente, como trigo e leguminosas, podem resultar no aumento rápido de gases e nos sintomas de dor e inchaço. Portanto, fibras que libertam os gases de forma gradual, resultam em menos distensão e, consequentemente, menos dor e inchaço. A goma de guar, pectina, dextrina de trigo e PHGG são fibras que se dissolvem na água e formam um gel espesso no intestino, prolongando o tempo de trânsito intestinal e melhorando a saciedade. Esta substância gelatinosa também atua como uma esponja durante a digestão, atraindo líquido, amolecendo as fezes e facilitando a movimentação de resíduos pelo intestino. Essas propriedades podem amolecer as fezes duras na obstipação e dar firmeza nas fezes líquidas na diarreia.
  • Fibras solúveis e moderadamente fermentadas: são encontradas na aveia. Este tipo de fibra amolece e aumenta o volume e a frequência das fezes. Têm propriedades de formação de gel, resultando numa maior viscosidade das fezes através da água no cólon.
  • Fibras insolúveis e lentamente fermentadas: encontradas no farelo de trigo, linhaça, frutas e vegetais. Estas fibras vêm da parede das células das plantas. Aumentam o número total de bactérias. Por serem insolúveis em água, adicionam volume às fezes e aumentam o tempo de trânsito intestinal. Assim, fibras insolúveis podem ter efeitos laxantes significativos, se as partículas tiverem tamanho e grossura suficientes. O farelo de trigo é mal tolerado naqueles que sofrem da síndrome do intestino irritável. Podendo dever-se ao frutano presente neste grão, que é fermentado rapidamente.
  • Fibras insolúveis e pouco fermentadas: inclui a sterculia, metilcelulose e celulose. Estas fibras vêm das paredes celulares das plantas. Por serem insolúveis em água, adicionam volume às fezes (através de um aumento da massa fecal) e aceleram a remoção de resíduos do corpo. Também aumentam o conteúdo de água nas fezes e diminuem o tempo de trânsito colónico. A metilcelulose e sterculia têm propriedades de formação de gel. Aumentam o teor de água fecal e ajudam a formar fezes viscosas.

 

Eficácia dos suplementos de fibra

O melhor suplemento de fibra que foi pesquisado é a casca de psílio. Derivado das sementes da planta plantago ovata, as cascas das sementes são compostas por carboidratos indigestos de cadeia longa, solúveis em água e moderadamente fermentadas​. O seu consumo ajuda a melhorar os sintomas da síndrome do intestino irritável, especialmente para quem tem a obstipação como sintoma predominante. No que diz respeito a outros estudos, sabemos que:

  1. Sementes de linhaça (até 2 colheres de sopa por dia) e aveia podem melhorar a obstipação, dor abdominal e inchaço;
  2. Fibras insolúveis (como farelo de trigo) são ineficazes e podem piorar a dor abdominal e o inchaço;
  3. Sterculia e metilcelulose têm boas características para melhorar a obstipação, mas poucos estudos foram realizados para demonstrar os seus benefícios;
  4. O PHGG pode ser útil e bem tolerado, mas poucos estudos foram realizados.

 

Eficácia da fibra dos alimentos

Os estudos que avaliaram o efeito da ingestão de fibra alimentar nos sintomas da síndrome do intestino irritável descobriram que a eficácia requer uma ingestão de 25 a 30 g de fibra por dia, com um maior consumo de fibra insolúvel do que fibra solúvel.

A suplementação com fibras é segura?

A suplementação de fibra é contraindicada em pacientes com impactação fecal. Nestes pacientes, primeiro devem ser usados laxantes ​​para limpar o intestino, para depois fazer alterações na ingestão de fibras.

 

Quais são as fibras mais indicadas para melhorar a obstipação e a diarreia?

  • Obstipação: para quem tem as fezes secas e baixa ingestão de fibras, é recomendado aumentar a ingestão de fibras que são lentamente ou pouco fermentadas (em torno de 25-30g por dia). Por outro lado, naqueles que tiveram uma resposta inadequada à dieta baixa em FODMAP na Fase 1 e que tiveram uma alta ingestão de fibras, a solução pode estar na redução da quantidade. É importante garantir que a ingestão de líquidos seja adequada para apoiar o aumento de fibras. Se forem utilizados suplementos, as fibras pouco fermentáveis são as recomendadas, como sterculia ou metilcelulose. Se esses produtos não estiverem disponíveis, uma dose baixa de psílio (3,5-7g 3x por dia) pode ser uma opção. Independentemente do suplemento de fibra escolhido, é aconselhável começar com uma dose baixa e aumentar gradualmente.
  • Diarreia: neste caso, as pessoas podem beneficiar do aumento da ingestão de fibras solúveis com boas propriedades de retenção de água / formação de gel (como psílio, aveia / farelo de aveia, metilcelulose ou policarbofil de cálcio). Este tipo de fibra aumenta a viscosidade e melhora a consistência das fezes. Se a melhoria na consistência das fezes não acontecer apenas com mudanças na dieta, pode ser utilizado um suplemento e fibra que adicione volume às fezes, como sterculia ou metilcelulose. Em relação à dosagem, é indicado começar com a dose mais baixa recomendada e aumentar gradualmente.

Se precisa de ajuda para descobrir qual é a fibra mais indicada para si, contacte-nos para agendar uma consulta.

 

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